A palavra “mentira” tem origem no latim, mentiri,
que significa “enganar, dizer falsidade, falha, defeito”. Os linguistas
e estudiosos referem-se ao termo relacionando-o com à palavra mentionica e também mendacium. Esse termo “mens” que consta na palavra mentira,
significa “mente, inteligência, discernimento”, o que pode sugerir que
quem mente, precisa antes de tudo, de intelecto para inventar uma
mentira.
Há também outra interpretação especial para mens que é a “intenção”. Ou seja, para mentir, além de capacidade intelectual, o sujeito também possui uma finalidade com esse ato e deseja chegar a algum lugar, no caso, enganar o outro por algum motivo qualquer. Ou a si mesmo, vai saber!
É desconhecido o momento exato de quando o ser humano começou a mentir, mas os cientistas afirmam que isto só foi possível graças ao desenvolvimento do neocórtex. É nessa parte do cérebro que acontecem atividades sofisticadas como a consciência e a linguagem. Dessa forma, se o primeiro impulso cerebral é encontrar a resposta correta, ou seja, a “verdade”, os neurônios precisam antes identificar a resposta certa, depois eliminá-la, para em seguida fabricar uma mentira plausível. Haja esforço para mentir!
Há aqueles sujeitos que fizeram a cama e a fama em cima da mentira. Mentirosos históricos que se consagraram pelo grau e a gravidade de suas manipulações. Um grande exemplo é o apóstolo Pedro, que foi capaz de mentir e negar três vezes o seu salvador, Jesus Cristo.
Galileu Galilei assim como Pedro, também teve que voltar atrás em sua teoria heliocêntrica (que os planetas giram em torno do sol, e não o contrário) para escapar da Santa Inquisição. Outro que foi pego de “calças arriadas” foi o ex-presidente do Estados Unidos, Richard Nixon (1974) que negou durante anos o seu envolvimento no caso Watergate e só teve coragem de admitir a mentira 3 anos depois, em 1977.
Durante as eleições do presidente Donald Trump (EUA) o termo fake news (notícias falsas) se popularizou pelo mundo. A expressão diz respeito a sites e blogs ou qualquer pessoa que tenha a intenção de disseminar conteúdos manipulados ou completamente falsos, incluindo a reprodução destes sem a checagem de fatos e fontes confiáveis, para prejudicar ou ajudar alguém. No caso do Trump, o motivo teria sido político.
Olhando para a história da humanidade podemos perceber que a reprodução das fake news não é algo que nasceu ontem. Teorias, histórias, fatos científicos, mitos tem sido inventados e até aumentados durante toda nossa existência, não só para explicar o que a ciência não consegue, mas também como manobra de poder e controle sobre a população.
Então aqui vão 7 grandes e gordas mentiras selecionadas na história que foram capazes de mudar o mundo.
Na imagem, o animal Dodô, extinto no final do século 17.
A concepção de que o mundo e a natureza era inesgotável era tão grande que a Associação Britânica para Estudos Americanos cunhou um termo específico para essa ideia, “o mito da superabundância”. A crença se baseava no pensamento de que o universo seria fonte infinita de vida e seus recursos, nunca acabariam, não tendo motivos portanto, para preservá-los de maneira correta.
Hoje, a humanidade enfrenta catástrofes climáticas e muitos animais importantes para o equilíbrio da natureza correm o risco de desaparecem por completo, como o tigre de bengala e os rinocerontes brancos. Depois de utilizar a natureza ao seu bel prazer, o ser humano reconhece as limitações da fauna e da flora. A grande mentira é continuar negando esta verdade.
Existia uma ciência controversa de analisar o caráter ou a capacidade de uma pessoa baseando-se apenas na aparência e fisionomia corporal do indivíduo. Sua origem de fato é desconhecida, mas sabe-se de acordo com o renomado instituto de arte The Geety Arts Foundation que Pitágoras rejeitava estudantes que não “pareciam” muito espertos, e que Aristóteles não aceitava pessoas que tinham o rosto largo porque essa era uma característica de desprovidos de inteligência.
O que parece uma ideia tola agora, no passado foi capaz de influenciar toda a cultura européia durante os séculos 17 e 18. Essa tendência foi reforçada também durante o século 19 quando Cesare Lombroso, um criminologista famoso ajudou a disseminar essa crença. Lombroso identificava criminosos de acordo com a similaridade de um rosto humano a um símio (relativo a macaco), suas tatuagens e os vestígios do cóccix no indivíduo.
Neste século 21, a racionalidade nos permite saber que o caráter de uma pessoa não pode ser baseado em sua aparência física. Mesmo assim, preconceitos enraizados durante toda a história da humanidade continua nos assombrando até hoje.
Até onde uma mentira é capaz de ir? E de causar? Essa história prova que uma mentira que se torna um mito é capaz de levar o ser humano a situações inimagináveis.
Por volta do ano de 1145, circulou na Europa a história do Reino Preste João, um verdadeiro paraíso cristão, onde não havia crimes nem vícios. Nos rios corriam ouro no lugar de água, e as fontes jorravam o elixir da eterna juventude. A natureza era rica e infinita, a terra estava cravada de jóias preciosas e onde o sofrimento não era conhecido por aqueles que desfrutavam das dádivas desse ambiente.
A corrida para encontrar esse Céu na Terra movimentou expedições enlouquecidas. Uma dessas foi enviada pelo Papa Alexandre III. Outros aventuraram-se pelos continentes da Ásia, principalmente na Índia. Quando não encontraram esse reinado celestial por lá, seguiram buscando pelo continente africano.
Alguns dizem que Preste João correspondia ao Imperador da Etiópia. Diz-se também que era descendente direto de Baltasar, um dos Três Reis Magos. Marco Polo por sua vez, reconheceu Preste João e seu reino divino em Ong-Cã, o rei dos Turcos na Mongólia. A verdade é que Preste João foi um lendário rei cristão no oriente, que instigou a imaginação de aventureiros e fiéis, e cujo paraíso sempre esteve fora do alcance.
Do resultado de todo esse mito avassalador, deu-se a conquista e a exploração da Ásia e da África. Guerras, miséria, escravidão foram palco dessa dominação imperialista. Os resultados dessa triste exploração se perpetuam até hoje.
Os alquimistas chineses levavam a sério esta ciência que se baseia em 4 grandes princípios: a transformação de qualquer objeto em ouro, o elixir da imortalidade, um remédio capaz de curar todas as doenças, e consequentemente a vitória sobre a morte.
Durante a dinastia Tang, em 850, os alquimistas criaram uma fórmula que utilizava 75 por cento de salitre, 15 de carvão e 10 de enxofre. O resultado não prolongou a vida como eles esperavam, mas a consequência dessas substâncias juntas foi tão poderosa que queimou os cientistas e, inclusive, a casa onde eles trabalhavam.
O que era para ser o elixir da vida resultou no elixir da morte: a criação da pólvora. Essa é uma mentira/falsidade comum na história da humanidade: o que é criado para ser bom, acaba sendo deturpado e usado para mal. Os chineses usaram da criação da pólvora para assassinar os mongóis em 904.
A ideia pode parecer bizarra atualmente. Mas no século 16 acreditava-se que o Polo Norte era cercado por um mar aberto e quente que poderia traçar rotas marítimas estratégicas. O desvio levaria os europeus até a Ásia, principalmente às Índias por uma rota muito mais “segura” e mais rápida. Pelo menos era o que eles acreditavam naquela época.
A mentira propagada por séculos teve fim somente em 1879 quando a expedição de George Washington de Long confirmou que não havia nenhum oceano aberto por ali.
De qualquer maneira, o mito possibilitou a descoberta massiva da região, que permanecia obscura e enigmática até a decepção dos navegantes marítimos. Essa mentira, pelo menos veio a calhar em prol do conhecimento geográfico.
Infelizmente, o sonho desses desbravadores hoje pode se tornar possível, com o derretimento das calotas polares. Causadas por ações nocivas do ser humano que exploram os recursos naturais sem um pingo de remorso ou consciência.
“A chuva segue o arado”. Essa era mentira disseminada entre 1865 e 1875, principalmente nos Estados Unidos. Políticos, cientistas renomados, jornalistas brilhantes, todos adotaram a ideia de que quanto mais se planta, mais se colhe, porque a chuva se precipitava com maior influência nos lugares onde haviam plantações.
O que era para ser uma dádiva, acabou se transformando em desastre. Plantações sucessivas que não deixavam o solo descansar causaram a desertificação de solos ricos e prósperos. Nos Estados Unidos, o efeito dessa mentira foi tão devastador que criou um desastre ambiental que durou quase uma década. É o dust bowl, ou tempestade de poeira. Seus efeitos eram tão nocivos que a luz do sol ficava bloqueada por dias a fio.
Hoje sabemos que a agricultura depende do pousio, que significa o descanso ou repouso do solo depois da colheita para deixar que o solo se recupere e continue fértil.
Hipócrates é ainda hoje considerado o pai da medicina. Mas ele não acertou em todas as suas teorias e uma delas, propagada durante séculos, foi levada muito a sério, a criação de terapias nocivas ao ser humano, ou seja, que ao invés de curar, pioravam a condição dos doentes.
Isso porque Hipócrates desenvolveu a Teoria Humoral, que consta nos tratados “Dos Humores” e “Da natureza do Homem”. Nesses tratados, o estudioso concluiu que haviam quatro humores básicos que constituíam o ser humano: a bile amarela, a bile negra, a fleuma e o sangue.
Desses humores, todas as doenças estavam relacionadas aos quatro elementos da terra, às estações do ano e assim por diante, estabelecendo um paralelo entre o funcionamento do corpo humano com a natureza e tudo ao seu redor. A melancolia por exemplo era causada pelo acúmulo da bile negra, principalmente no baço. A bílis negra era representada pelo outono, o frio, a seca e a terra.
Dessa teoria um tanto quanto absurda atualmente, surgiram tratamentos ainda mais terríveis. O pior deles era a sangria. Que ao invés de melhorar, piorava ainda mais a recuperação do paciente. Hoje essa técnica, felizmente, foi abolida pela medicina.
Fonte(s) Hridiomas
Há também outra interpretação especial para mens que é a “intenção”. Ou seja, para mentir, além de capacidade intelectual, o sujeito também possui uma finalidade com esse ato e deseja chegar a algum lugar, no caso, enganar o outro por algum motivo qualquer. Ou a si mesmo, vai saber!
É desconhecido o momento exato de quando o ser humano começou a mentir, mas os cientistas afirmam que isto só foi possível graças ao desenvolvimento do neocórtex. É nessa parte do cérebro que acontecem atividades sofisticadas como a consciência e a linguagem. Dessa forma, se o primeiro impulso cerebral é encontrar a resposta correta, ou seja, a “verdade”, os neurônios precisam antes identificar a resposta certa, depois eliminá-la, para em seguida fabricar uma mentira plausível. Haja esforço para mentir!
Há aqueles sujeitos que fizeram a cama e a fama em cima da mentira. Mentirosos históricos que se consagraram pelo grau e a gravidade de suas manipulações. Um grande exemplo é o apóstolo Pedro, que foi capaz de mentir e negar três vezes o seu salvador, Jesus Cristo.
Galileu Galilei assim como Pedro, também teve que voltar atrás em sua teoria heliocêntrica (que os planetas giram em torno do sol, e não o contrário) para escapar da Santa Inquisição. Outro que foi pego de “calças arriadas” foi o ex-presidente do Estados Unidos, Richard Nixon (1974) que negou durante anos o seu envolvimento no caso Watergate e só teve coragem de admitir a mentira 3 anos depois, em 1977.
Durante as eleições do presidente Donald Trump (EUA) o termo fake news (notícias falsas) se popularizou pelo mundo. A expressão diz respeito a sites e blogs ou qualquer pessoa que tenha a intenção de disseminar conteúdos manipulados ou completamente falsos, incluindo a reprodução destes sem a checagem de fatos e fontes confiáveis, para prejudicar ou ajudar alguém. No caso do Trump, o motivo teria sido político.
Olhando para a história da humanidade podemos perceber que a reprodução das fake news não é algo que nasceu ontem. Teorias, histórias, fatos científicos, mitos tem sido inventados e até aumentados durante toda nossa existência, não só para explicar o que a ciência não consegue, mas também como manobra de poder e controle sobre a população.
Então aqui vão 7 grandes e gordas mentiras selecionadas na história que foram capazes de mudar o mundo.
1 – A natureza infinita x A extinção das espécies
Na imagem, o animal Dodô, extinto no final do século 17.
A concepção de que o mundo e a natureza era inesgotável era tão grande que a Associação Britânica para Estudos Americanos cunhou um termo específico para essa ideia, “o mito da superabundância”. A crença se baseava no pensamento de que o universo seria fonte infinita de vida e seus recursos, nunca acabariam, não tendo motivos portanto, para preservá-los de maneira correta.
Hoje, a humanidade enfrenta catástrofes climáticas e muitos animais importantes para o equilíbrio da natureza correm o risco de desaparecem por completo, como o tigre de bengala e os rinocerontes brancos. Depois de utilizar a natureza ao seu bel prazer, o ser humano reconhece as limitações da fauna e da flora. A grande mentira é continuar negando esta verdade.
2 – Julgamentos pela aparência x Julgamentos racionais
Existia uma ciência controversa de analisar o caráter ou a capacidade de uma pessoa baseando-se apenas na aparência e fisionomia corporal do indivíduo. Sua origem de fato é desconhecida, mas sabe-se de acordo com o renomado instituto de arte The Geety Arts Foundation que Pitágoras rejeitava estudantes que não “pareciam” muito espertos, e que Aristóteles não aceitava pessoas que tinham o rosto largo porque essa era uma característica de desprovidos de inteligência.
O que parece uma ideia tola agora, no passado foi capaz de influenciar toda a cultura européia durante os séculos 17 e 18. Essa tendência foi reforçada também durante o século 19 quando Cesare Lombroso, um criminologista famoso ajudou a disseminar essa crença. Lombroso identificava criminosos de acordo com a similaridade de um rosto humano a um símio (relativo a macaco), suas tatuagens e os vestígios do cóccix no indivíduo.
Neste século 21, a racionalidade nos permite saber que o caráter de uma pessoa não pode ser baseado em sua aparência física. Mesmo assim, preconceitos enraizados durante toda a história da humanidade continua nos assombrando até hoje.
3 – Mito do Paraíso Cristão x Exploração da Ásia e África
Até onde uma mentira é capaz de ir? E de causar? Essa história prova que uma mentira que se torna um mito é capaz de levar o ser humano a situações inimagináveis.
Por volta do ano de 1145, circulou na Europa a história do Reino Preste João, um verdadeiro paraíso cristão, onde não havia crimes nem vícios. Nos rios corriam ouro no lugar de água, e as fontes jorravam o elixir da eterna juventude. A natureza era rica e infinita, a terra estava cravada de jóias preciosas e onde o sofrimento não era conhecido por aqueles que desfrutavam das dádivas desse ambiente.
A corrida para encontrar esse Céu na Terra movimentou expedições enlouquecidas. Uma dessas foi enviada pelo Papa Alexandre III. Outros aventuraram-se pelos continentes da Ásia, principalmente na Índia. Quando não encontraram esse reinado celestial por lá, seguiram buscando pelo continente africano.
Alguns dizem que Preste João correspondia ao Imperador da Etiópia. Diz-se também que era descendente direto de Baltasar, um dos Três Reis Magos. Marco Polo por sua vez, reconheceu Preste João e seu reino divino em Ong-Cã, o rei dos Turcos na Mongólia. A verdade é que Preste João foi um lendário rei cristão no oriente, que instigou a imaginação de aventureiros e fiéis, e cujo paraíso sempre esteve fora do alcance.
Do resultado de todo esse mito avassalador, deu-se a conquista e a exploração da Ásia e da África. Guerras, miséria, escravidão foram palco dessa dominação imperialista. Os resultados dessa triste exploração se perpetuam até hoje.
4 – Elixir da Vida x Criação explosiva
Os alquimistas chineses levavam a sério esta ciência que se baseia em 4 grandes princípios: a transformação de qualquer objeto em ouro, o elixir da imortalidade, um remédio capaz de curar todas as doenças, e consequentemente a vitória sobre a morte.
Durante a dinastia Tang, em 850, os alquimistas criaram uma fórmula que utilizava 75 por cento de salitre, 15 de carvão e 10 de enxofre. O resultado não prolongou a vida como eles esperavam, mas a consequência dessas substâncias juntas foi tão poderosa que queimou os cientistas e, inclusive, a casa onde eles trabalhavam.
O que era para ser o elixir da vida resultou no elixir da morte: a criação da pólvora. Essa é uma mentira/falsidade comum na história da humanidade: o que é criado para ser bom, acaba sendo deturpado e usado para mal. Os chineses usaram da criação da pólvora para assassinar os mongóis em 904.
5 – O Mar Polar Aberto x Rotas marítimas
A ideia pode parecer bizarra atualmente. Mas no século 16 acreditava-se que o Polo Norte era cercado por um mar aberto e quente que poderia traçar rotas marítimas estratégicas. O desvio levaria os europeus até a Ásia, principalmente às Índias por uma rota muito mais “segura” e mais rápida. Pelo menos era o que eles acreditavam naquela época.
A mentira propagada por séculos teve fim somente em 1879 quando a expedição de George Washington de Long confirmou que não havia nenhum oceano aberto por ali.
De qualquer maneira, o mito possibilitou a descoberta massiva da região, que permanecia obscura e enigmática até a decepção dos navegantes marítimos. Essa mentira, pelo menos veio a calhar em prol do conhecimento geográfico.
Infelizmente, o sonho desses desbravadores hoje pode se tornar possível, com o derretimento das calotas polares. Causadas por ações nocivas do ser humano que exploram os recursos naturais sem um pingo de remorso ou consciência.
6 – Plantações x Desertos
“A chuva segue o arado”. Essa era mentira disseminada entre 1865 e 1875, principalmente nos Estados Unidos. Políticos, cientistas renomados, jornalistas brilhantes, todos adotaram a ideia de que quanto mais se planta, mais se colhe, porque a chuva se precipitava com maior influência nos lugares onde haviam plantações.
O que era para ser uma dádiva, acabou se transformando em desastre. Plantações sucessivas que não deixavam o solo descansar causaram a desertificação de solos ricos e prósperos. Nos Estados Unidos, o efeito dessa mentira foi tão devastador que criou um desastre ambiental que durou quase uma década. É o dust bowl, ou tempestade de poeira. Seus efeitos eram tão nocivos que a luz do sol ficava bloqueada por dias a fio.
Hoje sabemos que a agricultura depende do pousio, que significa o descanso ou repouso do solo depois da colheita para deixar que o solo se recupere e continue fértil.
7 – Corpo e os 4 elementos da natureza x Terapias nocivas ao ser humano
Hipócrates é ainda hoje considerado o pai da medicina. Mas ele não acertou em todas as suas teorias e uma delas, propagada durante séculos, foi levada muito a sério, a criação de terapias nocivas ao ser humano, ou seja, que ao invés de curar, pioravam a condição dos doentes.
Isso porque Hipócrates desenvolveu a Teoria Humoral, que consta nos tratados “Dos Humores” e “Da natureza do Homem”. Nesses tratados, o estudioso concluiu que haviam quatro humores básicos que constituíam o ser humano: a bile amarela, a bile negra, a fleuma e o sangue.
Desses humores, todas as doenças estavam relacionadas aos quatro elementos da terra, às estações do ano e assim por diante, estabelecendo um paralelo entre o funcionamento do corpo humano com a natureza e tudo ao seu redor. A melancolia por exemplo era causada pelo acúmulo da bile negra, principalmente no baço. A bílis negra era representada pelo outono, o frio, a seca e a terra.
Dessa teoria um tanto quanto absurda atualmente, surgiram tratamentos ainda mais terríveis. O pior deles era a sangria. Que ao invés de melhorar, piorava ainda mais a recuperação do paciente. Hoje essa técnica, felizmente, foi abolida pela medicina.